Apagão no Amapá: quatorze cidades continuam sem energia elétrica após incêndio atingir subestação da terceirizada Isolux
No total, quatorze cidades do Amapá já estão há mais de 60 horas sem energia elétrica. São mais de 700 mil pessoas sem luz, água e combustíveis há dias, desde a noite de terça-feira, 3, quando um incêndio atingiu subestação de energia da empresa espanhola Isolux, na capital Macapá, levando ao desligamento automático da linha de transmissão.
A situação no Amapá demonstra a realidade e os impactos que privatização pode causar na vida dos brasileiros. Em nota, o Coletivo Nacional dos Eletricitários, CNE, destacou que o apagão enfrentado pelo estado “demonstra a necessidade de retirar da pauta, de qualquer uma das casas, o processo de privatização que vem sendo oferecido pelo governo como a solução de todos os problemas”.
O incêndio atingiu a subestação de uma empresa privada, mas é a Eletronorte, empresa pública e subsidiária da Eletrobras, que está dando suporte para recompor o sistema elétrico do Amapá, enviando pessoal especializado do Pará, Maranhão e Rondônia para se juntaram aos técnicos locais da Eletronorte.
A Isolux tem histórico de maus serviços prestados em outros países e, de acordo com o CNE, além de descumprir prazos envolvendo o cronograma de implantação dos projetos de infraestrutura de energia, a empresa demonstrou incapacidade econômica e financeira para executar as obras.
É um retrato do que a privatização da energia representa. Empresas que visam somente o lucro e promovem o sucateamento dos serviços do setor elétrico, resultando em prejuízos para a população e para os cofres públicos. O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta sexta-feira, 6, que instaurou um inquérito civil para apurar as possíveis responsabilidades das empresas e órgãos envolvidos no apagão.
