Durante a pandemia o SINTEC-RS manteve suas atividades atendendo aos técnicos e técnicas industriais como sempre fez. Se por um lado a pandemia reduziu nossos custos operacionais, como energia, água e café, por outro lado precisamos fazer ajustes em nossa estrutura para possibilitar que não parássemos um dia sequer.
Contamos com uma estrutura atual de quatro funcionárias e cumprimos à risca todos os requisitos legais para adequação das medidas necessárias para o trabalho remoto, incluindo fornecimento de equipamentos de informática e verba indenizatória para custear despesas extras, como define a legislação trabalhista, tão defendida por nossas entidades.
Essa estrutura é financiada basicamente pela mensalidade dos sócios. Outras fontes de custeio do movimento sindical hoje quase inexistem. A contribuição sindical que fora obrigatória no passado, nesse momento de pagamento facultativo, teve queda de 90% no valor arrecadado. A contribuição assistencial, existente para custear os valores relativos a negociação dos acordos coletivos, não foi praticada pelo SINTEC em 2017, 2018 e 2019. Em 2019 a contribuição também foi facultativa no Grupo CEEE e 36 técnicos autorizaram o desconto.
Além disso, nossas mensalidades são ligadas diretamente ao salário nominal dos técnicos industriais. Os técnicos do Grupo CEEE, infelizmente, por uma conjuntura política e econômica, não recebem reajustes há alguns acordos, estagnando assim seus salários e também a mensalidade devida ao sindicato.
Atualmente o valor arrecadado com nossas mensalidades é muito próximo aos valores desembolsados para manutenção da estrutura sindical. O valor das despesas inclui gastos com funcionárias, assessoria jurídica, assessoria de informática, condomínio da sede, vaga de estacionamento, energia, telefone, internet entre outros sistemas de gestão e comunicação utilizados pela entidade.
O Fundo de Preservação da CEEE Pública foi uma iniciativa dos três sindicatos, SINTEC-RS, Senge-RS e Senergisul, com apoio das demais entidades representativas dos trabalhadores da empresa. Na reunião de articulação da iniciativa ficou claro que o movimento sindical enfrenta dificuldades financeiras em toda a sua estrutura.
Todas as entidades sindicais manifestaram falta da capacidade de investimento, podemos dizer que os sindicatos arrecadam para se manterem em funcionamento. Mesmo com a baixa capacidade de investir, o SINTEC-RS participou, e ainda participa, financeiramente de campanhas tais como: campanha em defesa do plebiscito, campanha contra a privatização do Trensurb e campanha contra a privatização da Eletrobras. Em nenhum momento o SINTEC-RS solicitou contribuição extra de seus associados para realização dessas campanhas.
Neste momento o SINTEC-RS e demais entidades entendem ser adequado uma mobilização em conjunto com a categoria para financiar esse fundo de preservação. A empresa e o governo do estado vêm gastando milhões em assessorias para viabilizar a privatização, alguns levantamentos apontam na ordem de quase R$20 milhões, entre BNDES e assessorias jurídicas especializadas.
Para se contrapor a esse montante de investimento dos nossos adversários precisamos muito mais do que a capacidade de nossas entidades sindicais tem de financiamento. Precisamos unir forças entre sindicatos, ativos e aposentados para contratar uma assessoria especializada e de renome para uma análise minuciosa nesse processo em curso, denunciando eventuais erros técnicos aos órgãos de controle e ajuizando ações encontrando qualquer erro neste processo complexo.
Para mais esclarecimentos, me coloco à disposição para marcarmos uma reunião virtual com nossos Técnicos e Técnicas de qualquer localidade, na data e hora mais conveniente para o pessoal. Se não estivéssemos em pandemia, certamente estaríamos viajando por nossas regiões dialogando com nossos colegas presencialmente.
Contem comigo e permaneço à disposição.
César Augusto Silva Borges
Diretor-Presidente do SINTEC-RS
Gestão 2020/2023
