Estudo solicitado pelo SINTEC-RS apresenta uma análise da conjuntura do setor elétrico brasileiro
Recentemente o SINTEC-RS solicitou um estudo acerca do setor elétrico brasileiro, com o objetivo de reunir informações sobre os impactos da ampla privatização no sistema elétrico do país – que, atualmente, é majoritariamente privado. Realizado pelo assessor econômico Christian Kuhn, o estudo ainda apresenta a série de eventos que ocorreram recentemente no setor como o apagão que atingiu quase todo país, os problemas em subestações e redes de distribuição e demora no restabelecimento do fornecimento frente a ocorrência de eventos climáticos extremos e o debate em torno da responsabilidade do Estado pela qualidade do serviço e a promoção de tarifas módicas dos serviços públicos.
Além de evidenciar os problemas que a lógica de mercado financeiro, que busca maior rentabilidade a curto prazo em detrimento da modicidade tarifária, da qualidade dos serviços e da segurança dos trabalhadores e consumidores, o estudo ainda aponta as implicações da terceirização no setor, também associada à privatização.
O processo de reestruturação e privatização do setor elétrico iniciado em meados dos anos 1990 prometia, dentre outras coisas, a redução tarifária e melhoria na qualidade do serviço. Entretanto, o que se observou desde então é uma concentração do capital das empresas entre grandes grupos privados e estrangeiros, muitos com participação acionária de fundos de investimento internacionais, que chegam a ter influência no controle de várias empresas/grupos que atuam no setor energético brasileiro.
O vencimento do prazo de concessão de um conjunto importante de distribuidoras a partir de 2025 é uma boa oportunidade para se revisar e debater com a população alternativas para melhorar os serviços, reduzir tarifas e valorizar os trabalhadores deste setor, que é essencial para o desenvolvimento e o crescimento da nossa economia.
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