Estudo solicitado pelo SINTEC-RS aponta valor da Corsan 75% maior do que lance dado em leilão
Um estudo recente elaborado pelo economista, professor e administrador de carteira de valores mobiliários André Locatelli aponta que o valor econômico da Companhia Riograndense de Saneamento atinge R$ 7,26 bilhões. A cifra apurada é 75% maior do que o lance único dado no leilão da CORSAN, ocorrido em dezembro de 2022, quando a Companhia foi arrematada por R$ 4,15 bilhões (irrisórios 1,15% acima do valor do lance mínimo fixado pelo Estado do RS).
A avaliação econômico-financeira, que foi concluída no final de janeiro, foi solicitada pelo SINTEC-RS a fim de apurar o valor da Companhia Riograndense de Saneamento, sobretudo considerando que diversos elementos corroboram que o valor indicado pelo Estado está muito aquém do efetivo valor.
As avaliações do Estado, que serviram como base para lance mínimo fixado, adotaram a data base de março de 2022 o que resultou em um cálculo desatualizado, uma vez que o leilão ocorreu apenas em dezembro de 2022. A defasagem do cálculo desconsiderou os resultados da CORSAN no terceiro trimestre do ano passado, os quais foram amplamente celebrados pela própria Companhia como os melhores de sua história, resultando na subvalorização da Companhia.
O estudo ainda apontou que a variação no consumo de água ao longo do ano é muito baixa, de modo que o valor apurado no terceiro trimestre de 2022 não é pontual e isolado, merecendo ser contemplado na projeção de caixa da Companhia para fins de precificação, tendo em vista que o aumento de receita do terceiro trimestre se deu em virtude do reajuste tarifário de água e esgoto.
Os cálculos e as conclusões do estudo foram apresentados em procedimentos em trâmite no Poder Judiciário e no Tribunal de Contas do Estado, estando ainda pendente decisão definitiva a respeito do mérito da questão envolvendo a regularidade da desestatização da CORSAN. Atualmente, medidas liminares impedem a assinatura do contrato de alienação das ações em favor da arrematante.
